Por Leandro Resende – CEO e Diretor de Redação
Nunca as empresas precisaram tanto de um líder interno quanto agora. Homens e mulheres inseguros estão ao volante, em um terreno desconhecido, turbulento e, por vezes, na escuridão de tempos difíceis. Quanto mais insegurança externa (inflação, juros altos, carga tributária ameaçadora, concorrência desleal…), mais um líder real é exigido para a empresa atravessar essa(s) tempestade(s).
O desafio está posto: Um cenário acelerado de transformação e disrupção contínuas nos processos de produção, comunicação, comercialização, distribuição e pagamento, em um ambiente de baixo crescimento econômico, achatamento de renda do consumidor e de uma crise fiscal monstruosa (que já consumiu quase uma década da expansão do setor privado brasileiro e, para piorar, só deteriora).
Se olharmos no calendário, nos dias de hoje, em muitas empresas, estamos falando de trombadas fortes, que envolvem mudança de comportamento da economia, das pessoas e dos processos. Regras e certezas de duas ou três gerações que estão sendo jogadas no chão e sendo reconstruídas. Este pacotão de conceitos que estão sendo revisados na raiz (reescritos) pega muitas empresas que não sabem mudar e as colocam em um liquidificador. Que suco dará?
Quem vai liderar essa mudança se na própria sociedade nos faltam líderes?
Somos uma geração de muito barulho e liderança escassa. A soberba e a pobreza intelectual tomam café juntas todos os dias. Quem vai ocupar esse espaço livre, público e, por vezes, vazio e fazer o sermão aos liderados? Quem “postará” as lições de conduta, de moral e os novos princípios que orientam a vida empresarial?
O novo ecossistema negocial está reconstruindo setores quase do zero. Empresas que não existiam há menos de dez anos, hoje, tomaram o lugar de (e esmagaram) empresas que durante várias décadas navegaram em céu de brigadeiro.
E neste cenário de guerra existencial e tempestades torrenciais, os velhos problemas florescem impassíveis, fixos no tempo, como uma foto na penteadeira da vovó ou como estátuas retas e pensativas na praça. O mundo caindo e prevalece a nossa incapacidade de mergulhar nos gargalos e emergir com uma solução. Faça chuva ou faça sol, as empresas do Centro-Oeste desconhecem a comunicação regional. Quem é seu parceiro em Sinop? Seu concorrente em Gurupi? Seu contato em Dourados? É isso… não tem, né?
Apenas compreendem o que se passa no seu quintal, mas continuam a ignorar o que acontece no lote do vizinho. Andam bem menos do que poderiam e abrem brechas para empresas de outras regiões chegarem e se estabelecerem.
O propósito da Leitura Estratégica e do STG News é firme em atravessar territórios com sua bandeira de convergência e integração. E não é em vão. Já há grupos de empresários que reconhecem nossa proposta e já adotaram nosso conteúdo, até em doses diárias, como um remédio, com a relevância desta mescla de culturas e oportunidades regionais.
Se fosse apenas um neste universo de milhões a levantar esta bandeira, já seríamos vitoriosos, mas são vários e serão mais a cada dia. O fato de existir essa 12a edição é menos um mérito nosso do que do empresário, que nos procura para estar nestas páginas, ou do leitor, que busca água nesta fonte.
Digamos que, guardadas as devidas proporções, nossas páginas são históricas, pois estão a construir caminhos no Cerrado, como Marechal Rondon já o fez, para um futuro e contínuo tráfego de negócios, produtos e pessoas no até então silencioso mercado regional do Centro-Oeste+Tocantins.
Convido-os a entrarem nesta nova jornada para dar o devido valor à história empresarial regional, onde apresentamos muitos que estão chegando ao mercado e outros há várias décadas nele, mas todos importantes e relevantes. Existir como Leitura Estratégica é valioso, um sabor regional nesta nova era da comunicação. Obrigado.