Por Carla Oliveira
Quando três professores amigos decidiram montar um curso pré-vestibular, há 5 anos, tinham a exata noção do que gostariam de oferecer: ensino de qualidade, formação sólida e humana. Somadas, as bagagens de décadas na docência no ensino médio e as experiências em coordenações pedagógicas e direção permitiram que o sonho de professor virasse realidade. Três anos depois do pré-vestibular de Wendell Sullyvan, Henrique de Oliveira e Samuel Araújo, mais conhecido como Argentino, nasceu o Colégio Arena.
De áreas diferentes, os três professores tinham em comum, além da vivência em sala de aula desde muito cedo, uma visão diferenciada do educar: ensino que incentiva a autonomia crítica dos alunos, visando formá-los mais do que para uma prova de acesso ao ensino superior, mas também para a vida.
Wendell é das Letras. Henrique, da Geografia. Argentino, da Matemática. E os três incentivadores do pensar por si mesmo e do caminhar pelas próprias pernas. Com uma visão plural de mundo, respeitando as diferenças, o resultado não podia ser diferente: juntos criaram o Arena, nome que remete a um lugar de luta. “A vida traz uma série de dificuldades e é preciso estar capacitado para enfrentá-las. Cremos nessa luta, tanto nas provas e nos processos seletivos, quanto no campo da educação socioemocional”. E com essa definição, Wendell dá todo sentido ao nome escolhido.
“O Arena surgiu da necessidade de oferecer um material mais forte, de melhorar a carga horária de estudo e de cuidar da saúde mental dos alunos”, completa Henrique, com a experiência de quem atuou nos principais colégios de ensino médio de Goiânia, como professor e gestor. Para Argentino, que vive a educação desde muito cedo por ser filho de professora, a proximidade com os alunos faz toda a diferença não só do ponto de vista acadêmico, mas em suas vidas. “O acolhimento e a proximidade nos permite ajudar o aluno a alcançar melhor desempenho, ter clareza das suas ideias e contar com suporte emocional.”
O Arena nasceu grande, forte e humano. Essa é a definição mais objetiva e ao mesmo tempo mais completa do que o colégio se propõe a ser. Seu principal diferencial, na visão de quem levantou essa arena, é a proposta pedagógica. “Uma escola não é um prédio. Uma escola é um conjunto de fluxo das pessoas que a criaram. Nesse sentido, já é antigo”, diz Wendell. Para ele, Goiânia sempre valorizou muito escolas que potencializam o aluno a entrar numa boa universidade. “Nós fazemos isso, é o que fazemos com professores preparados, resultados expressivos em vestibulares e Enem, em cursos concorridos”, assinala, acrescentando: “mas havia carência de uma escola que ratificasse no dia a dia. E nós também fazemos isso, ao trabalhar habilidades como empatia, respeito pelo próximo, capacidade de falar em público, de olhar os outros nos olhos, que são cada vez mais valorizadas pelo mercado.”
Henrique frisa que o colégio tem um foco grande no atendimento às demandas individuais do aluno. “Entender que cada aluno vem de uma família diferente, com compreensão de mundo e propósitos diferentes. E permitir que cada um explore o melhor do seu potencial. Foco em que sentido? Nas aspirações que ele tem, discutir o pluralismo do mundo atual. Nós (eu, Wendell e o Argentino) somos bons exemplos disso. Somos de cursos tidos como secundários que, em tese, não produziriam resultados materiais e nem trariam felicidade para ninguém. Eu sou professor, gosto muito do que eu faço e me vejo em reais condições de replicar e fazer isso no Brasil inteiro.”
“Estamos ali para ajudar os alunos a ter foco no que eles querem”, completa Argentino, que tem parte do seu trabalho dirigido a fazer vir à tona o que o aluno tem de melhor em habilidades.
Competitividade com sentido
“Goiânia não tinha força e nem destaque em competições científicas”, lembra Argentino. Hoje os alunos do Arena são destaque em competições do tipo. “Tem muita gente talentosa que, na maioria das vezes, não conhece essas competições e nem há pessoas dispostas a coordená-las”, lamenta. E engana-se quem pensa que as competições são centradas em áreas de Exatas. Há olimpíadas para todos as áreas e disciplinas: Matemática, Física, Biologia, História, Geografia, Economia. Isso só para citar alguns exemplos.
“Hoje é gratificante ver outras escolas participando de competições científicas e Goiânia aparecendo entre as grandes”, comemora. O professor destaca que a participação nesse tipo de atividade é um incentivo para os alunos, porque desperta a curiosidade, a criatividade, a vontade de ir além da sala de aula, além de estimular a pesquisa e o estudo.
E não é só isso. Participar deste tipo de competição tem sido um diferencial na hora de tentar vagas em grandes universidades. Algumas delas já criaram processos específicos para alunos com medalhas. Para um aluno que participa das competições científicas, o vestibular se torna um detalhe, diz Argentino. “É o menor dos problemas deles, porque acaba fincando fácil. Aqui no Arena temos alunos que passam 8 horas semanais em laboratórios, pesquisando e produzindo conhecimento. Além das aulas normais, temos aulas extras semanais, o Arenão. Investimos muito nessas aulas e nesse trabalho”, frisa.
Matéria publicada na edição 9 da Leitura Estratégia – Janeiro de 2021