Por Karine Rodrigues
Em um mundo em que a ação de fazer compras está cada vez mais virtual, você pode adquirir desde um carro a uma fralda descartável pela internet, ir ao mercadinho próximo de casa parece pertencer a um passado distante. Porém, não é isso o que pensa a empresária e empreendedora Cristiane Nogueira Mafia. Em 2020, ela criou o SuperBox. Mas o que é o SuperBox? É um mini-mercado/contêiner que hoje está instalado em nove condomínios residenciais horizontais e em cinco incorporadoras que atuam no segmento.
Detalhando melhor, trata-se de um contêiner de tamanho médio de 15 metros quadrados, que contém cerca de 400 itens de consumo de categorias diversas, dentro do conceito de honest marketing, em que o próprio cliente retira o produto e paga no caixa com cartão de débito ou crédito, sem a necessidade de uma pessoa como caixa ou vendedor.
Esses contêineres são instalados em áreas de fácil acesso dentro dos condomínios residenciais, para que os moradores cheguem rápido, possam ir com as crianças sem precisar de se arrumar para fazer suas compras, ou seja, seu melhor vizinho. Para entrar, os clientes baixam o aplicativo, fazem um cadastro e leem qrcode pelo celular, que aciona a porta e abre. Tem uma cestinha, o cliente pega as mercadorias, paga e coloca nas sacolas disponíveis. Todas as mercadorias estão à disposição, exceto as bebidas alcóolicas, que não são vendidas para menores de 18 anos, as geladeiras estão travadas e só abrem mediante a leitura do qrcode.
No Superbox, o cliente encontra itens para compor o churrasco de fim de semana, mercearia, produtos saudáveis, lanches, itens para limpeza e higiene pessoal. Estão à disposição vários tipos de pães congelados, hamburgueres, pizza, lasanha, carnes congeladas, batatas, laticínios, sorvetes, vários tipos de queijos e massas. Além de uma mini adega com vinhos escolhidos pela sommelier Letticiae Bittencourt. Isso é o que se encontra em uma unidade padrão de 15 metros quadrados.
Em um SuperBox Premium, como o do Portal do Sol Golfe Green, o cliente tem acesso a tudo que já foi descrito além de produtos de marcas premium, um espaço maior com mais itens, como uma máquina de café. Tudo para tratar o cliente de forma amigável, agradável e conveniente.
O ambiente é monitorado e a tecnologia utilizada está em evolução. A meta é, em breve, utilizar a inteligência artificial para oferecer ainda mais praticidade nas compras e pagamento, além de deixar a experiência mais atraente ao consumidor. O mini mercado funciona 24 horas por dia, sete dias por semana e o primeiro a ser inaugurado neste formato foi a do Alphaville Araguaia.
E o negócio está dando tão certo que a expectativa é de inaugurar cinco novas unidades. Para manter tudo no lugar, a empresa conta com 12 colaboradores que diariamente limpam, repõem as mercadorias, arrumam e deixam o local em pleno funcionamento. Além de seguir uma tendência de mercado. Essa é uma tendência de mercado que possibilita ao cliente a tranquilidade de obter os produtos que precisa perto de casa.
Em locais mais afastados dos centros de compras e supermercados, ter uma conveniência é praticamente uma salvação, além da economia de tempo e de dinheiro.
Mas Cristiane não chegou a esta ideia do nada. Tudo foi fruto de muito estudo e pesquisa de viabilidade de negócio. Ela trabalhou durante 14 anos em uma grande empresa de comunicação do Estado, onde chegou o cargo máximo de gerente de marketing. “Já atuava na parte de internet, mas queria novos horizontes para minha carreira e já tinha um filho, também queria conciliar melhor vida profissional e pessoal”, reflete ela.
Diante desse incômodo, ela foi para os Estados Unidos em 2019 e fez um curso na escola de tecnologia em Nova Iorque, Cornell Tech, que tem uma parceria com a escola brasileira Fundação Dom Cabral, e voltou com a vontade de criar sua própria startup. Foi com essa experiência acumulada de mercado somada ao aperfeiçoamento que Cristiane fundou o SuperBox. A primeira unidade foi aberta no condomínio Portal do Sol 2 em setembro de 2020. Durante o auge da pandemia e quando a empresária tinha dado à luz sua filha há apenas um mês. “Foi corrido, não foi fácil, mas deu tudo certo”, lembra.
A empreendedora explica também que o primeiro ano foi muito desafiador, porque além de ser um negócio novo, havia a pandemia. “Mas continuamos buscando o padrão de excelência e fui bem-sucedida”, diz ela que é a única dona do negócio. Tanto que, hoje, duas unidades são maiores que o padrão, uma tem 30 m2 e outra com 40 m2. Durante a pandemia só era permitida a entrada de uma família por vez, até pelo tamanho da loja, mas hoje, nas maiores, é possível entrar mais pessoas.
Por enquanto, Cristiane diz que busca fazer um negócio viável e que até chegou a fazer o desenho de uma franquia com uma empresa especializada em São Paulo, mas diz que preferiu adiar. “Quero investir mais na operação própria, fortalecer a marca e buscar outros caminhos de crescimento”, ressalta ela, que diz estar recebendo aquilo que procurava, a realização profissional aliada com a qualidade de vida.